Prefeito, que acompanhou de perto a situação das chuvas na cidade, esteve na comunidade onde muro desabou e matou uma adolescente.

O prefeito de Niterói esteve no Morro do Palácio, no bairro do Ingá, na manhã desta sexta-feira (18.1), para prestar solidariedade à família de Julia Gonçalves Damasceno, de 13 anos, que morreu soterrada em decorrência do desabamento do muro de uma encosta, na noite da quinta-feira (17). O prefeito passou toda a madrugada acompanhando as ações da prefeitura nas ruas da cidade, que foi afetada por fortes chuvas. Por volta das 8h30, esteve no local do acidente, que deixou outras duas crianças feridas, para conversar com os parentes, e anunciou que o Morro do Palácio será a comunidade que receberá as primeiras obras de contenção realizadas no seu governo.

“Passei a noite me informando com a Defesa Civil sobre a situação. Apresentamos no início desta semana o Plano Chuvas de Verão, com o objetivo de atender e enfrentar situações de emergência. Temos uma ação integrada da Defesa Civil, Secretaria de Conservação, a companhia de limpeza, e a secretaria de Assistência Social, que passaram a madrugada no Morro do Palácio. Eu vim pessoalmente para verificar esta situação e sobretudo para prestar todo apoio à família e à população local”, afirmou o prefeito.
 

O prefeito informou que equipes da prefeitura já haviam conversado com os moradores sobre o fato da obra de contenção na comunidade ser prioridade do Plano Chuvas de Verão. “É de fato muito triste para nós de Niterói termos mais um óbito. Temos que dar muito apoio à família. Mas estamos determinados em virar essa página triste de Niterói. Nós vamos começar essa obra o mais rápido possível, será a primeira obra de contenção do novo governo, uma prioridade”, disse.

O chefe do Executivo municipal destacou o fato de Niterói apresentar um passivo gigantesco, não somente financeiro, mas do ponto de vista do planejamento das obras de contenção. Desde a tragédia do Morro do Bumba, em abril de 2010, muito pouco foi feito, inclusive no Morro do Palácio, cuja obra de contenção deveria ter sido executada há três anos.

Ele afirmou, ainda, que está conversando com os governos estadual e federal para a obtenção dos recursos necessários para o programa de contenção de encostas na cidade.

“Estamos encaminhando ao ministério o projeto de obras de contenção de encostas. Niterói tem 29 áreas com situação muito crítica e outros 1.183 pontos passíveis de escorregamento. Essas 29 comunidades serão prioridade nos investimentos em obras de contenção, além de receberem o sistema de alerta por sirenes, em parceria com a Secretaria Estadual de Defesa Civil, ao longo do primeiro semestre”, explicou.

Segundo o prefeito, além das obras de contenção de encostas e a implantação do sistema de alerta por sirenes, serão construídas unidades habitacionais para o reassentamento de famílias que vivem em áreas de risco. “Em abril nós vamos entregar o primeiro conjunto habitacional do novo governo, cerca de 500 unidades, onde vamos priorizar os desabrigados do Bumba e também para famílias que recebem aluguel social e algumas que vivem em áreas de risco. Temos o plano de construir 5 mil unidades habitacionais até 2016, ao longo do meu mandato, para de fato a gente definitivamente não viver mais esse tipo de situação em Niterói”, concluiu o prefeito.
 

Balanço de ocorrências e ações da prefeitura de Niterói

A Defesa Civil de Niterói interditou duas casas no Morro do Palácio, próximas ao local onde o muro desabou. Os moradores estão abrigados em casas de vizinhos e parentes. Por determinação do prefeito Rodrigo Neves, equipes da Defesa Civil permanecerão no morro  para vistoria em todas as casas da comunidade. O objetivo é identificar possíveis pontos críticos, como medida preventiva, e isolar locais com risco de desabamento. Trabalhadores da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos e da Clin fazem a retirada da lama no local do acidente.
 

Entre a noite de quinta-feira e o fim da manhã desta sexta-feira, a Defesa Civil de Niterói registrou 36 ocorrências por conta da chuva. A maioria por deslizamento e alagamento. Uma equipe do órgão está, desde a última noite, vistoriando bairros da cidade para identificar os pontos mais críticos.

A Clin aumentou seu efetivo na rua, que conta com auxílio de caminhões.A Secretaria de Conservação se deslocou para a Rua 22 de Novembro, no Fonseca, onde parte do asfalto cedeu, comprometendo uma tubulação da CEG que já está fazendo obras de reparação que serão concluídas ainda nesta sexta-feira. Já foi liberada pela Defesa Civil a loja na Rua Visconde do Rio Branco, no Centro da cidade, onde uma marquise caiu. Não houve feridos.

A cidade teve vários pontos de alagamento. Os principais foram: Avenida Presidente Roosevelt, em São Francisco, onde o nível do canal subiu; avenidas Roberto Silveira e Ary Parreiras, em Icaraí; ruas dos bairros Barreto e Engenhoca, na Zona Norte; ruas de Charitas; e rua Mário Viana, em Santa Rosa.

Na Região Oceânica, a Clin também aumentou seu efetivo nas ruas dos bairros, para limpeza das ruas, principalmente na Avenida Central e na Estrada Francisco da Cruz Nunes.

De acordo com a previsão meteorológica, pode haver pancadas de chuva – com trovoada – a partir do fim de tarde desta sexta-feira. A previsão é a mesma para o sábado. No entanto, o domingo pode amanhecer nublado, com pancadas de chuva em qualquer período do dia, acompanhas de raios e trovões. Por conta deste quadro, a Defesa Civil de Niterói atenta para o estágio de atenção para o final de semana e pede para que a população ligue para o telefone 199 em caso de emergência.

 

Foto: Leonardo Simplício